segunda-feira, 26 de julho de 2010

Preconceitos e discriminação
A complexidade da real origem dos preconceitos é uma das grandes dificuldades que o ser humano enfrenta para entender como respeitar e amar o próximo de forma objetiva e sensata. Embora esse assunto ainda seja pouco comentado, os preconceitos podem ser divididos em dois segmentos: um segmento é maléfico à sociedade e o outro benéfico. O segmento maléfico é constituído de preconceitos que resultam em injustiças, e que são baseados unicamente nas aparências e na empatia. Já o segmento benéfico é constituído de preconceitos que estabelecem a prudência e são baseados em estatísticas reais, nos ensinamentos de Deus ou no instinto humano de autoproteção. Em geral, os preconceitos benéficos são contra doenças contagiosas, imoralidades, comportamentos degradantes, pessoas violentas, drogados, bêbados, más companhias, etc. Na verdade, é muito difícil definir o limite correto entre preconceito maléfico e preconceito benéfico. Por isso, a liberdade de interpretação pessoal deveria ser sempre respeitada. O ser humano, ao longo de toda a sua história, manteve certo medo, ou até mesmo receio pelas coisas diferentes do seu cotidiano. Sua análise quanto a estas coisas era baseado em seus conhecimentos não contestáveis, pois não haveria sentido acreditar em outras verdades se sua vida se manteve adequada e em um caminho retilíneo até tal diferença surgir. Essa é a base para o etnocentrismo, atitude de considerar seu meio e cultura superior a dos demais, daí surge o preconceito. Mas o que se exige de um ser que possui o raciocínio, é que antes de ter um ato de discriminação, que ele analise tal diferença, para poder compreendê-la. Mas como disse anteriormente, não haveria sentido em acreditar numa outra verdade se a sua está adequada, tal verdade o faz criar certos conceitos para tal diferença, que logicamente estão “corretos”, daí ele cria conceitos a isso precocemente, surgindo o preconceito. Mas repare que tal preconceito não possui a obrigatoriedade de ser maligno, este pode ser ingênuo, benéfico, inocente, etc. O ato de ter algum preconceito não é tão condenável, afinal, ele surge de acordo com seu nível de compreensão a certa coisa, mas há uma diferença em ser ignorante e saber, mas não aceitar. O ignorante é aquele que se depara com uma diferença nova para seu mundo, então ele poderá desenvolver diversos preconceitos, até poder entender e aceitar tal diferença, porém quando este não a aceita ele provavelmente desenvolverá atos de discriminação, condenáveis de acordo com a moral, ética e leis vigentes no mundo. Mas como saber se essa diferença é ou não algo de ruim? Muitas pessoas respondem isso de acordo com sua moral ou crença, esse próprio ato já é não saber lidar com diferenças, pois vem do etnocentrismo, o correto seria você analisar o caso, se o mesmo não for desrespeitoso com o próximo, for sincero e não impedir a paz, não há motivos para se desenvolver algum preconceito negativo. Mas o que ocorre com o ser humano? Este ser está dotado do orgulho e da alienação, se nega estar errado em alguma coisa, mas ele não percebe que, não é ele que estará errado. Afinal, o natural do ser humano é ficar em grupo, estar em união com semelhantes, porém o fizeram acreditar no contrário, o fizeram estar dentro de um grupo com alguma verdade suprema, e os que estão de fora da mesma estão errados. É tudo uma questão de manipulação, mantida por si mesmo, pois a partir do momento em que essa verdade é “inquestionável“, ela será sempre mantida, mas não é por algum ser que a mantém por interesse, é porque a maior parte da raça está inserida nesta verdade. Tudo segue o caminho natural da mudança, não é justo também que os injustiçados desenvolvam um preconceito aos que os vêem como “errados”, o correto seria mostrar o que eles possuem de bom, seja a cor, gênero, etnia, religião, sexualidade... Também há a necessidade de analisar o conceito de preconceito e discriminação, não podemos exigir que uma pessoa entenda e aceite as diferenças, por questão de opinião, mas esta deve permitir o livre tráfego e a livre expressão de pensamento, o ato de discriminação é sinal de fraqueza e desrespeito. Ok, já falei sobre o preconceito e a discriminação; suas diferenças são básicas, o preconceito é a não aceitação, a discriminação o não permitir as diferenças com ações desrespeitosas e/ou excludentes. Ambos são atos inseridos no intelecto do humano, pois para ele, mesmo que seja no seu subconsciente, pois o ser humano é sensível à mudança, ele nunca quer mudar para se adaptar, ele deseja que o mundo e os outros se adaptem a ele. Por fim de palavras, concluo dizendo que o ato de ter preconceito envolve a não auto-aceitação de estar errado, então não é algo tão simples que se resolverá com uma pergunta; “por quê?”, envolve muito mais coisas; mas também o ato de não aceitar sobre nenhuma circunstância que alguém tenha preconceito também é uma atitude de discriminação. Então deixo minha mensagem, alertando sobre TODAS as formas de preconceito. Se vejam por dentro e analisem o quanto pobres são.

sexta-feira, 12 de março de 2010